quinta-feira, 20 de maio de 2010

AINDA QUE MAL PERGUNTE


Ainda que mal respondas;
Ainda que mal te entenda,
Ainda que mal repitas;
Ainda que mal insista,
Ainda que mal desculpes;
Ainda que mal me exprima,
Ainda que mal me julgues;
Ainda que mal me mostre,
Ainda que mal me vejas;
Ainda que mal te encare,
Ainda que mal te furtes;
Ainda que mal te siga,
Ainda que mal te voltes;
Ainda que mal te ame,
Ainda que mal o saibas;
Ainda que mal te agarre,
Ainda que mal te mates;
Ainda sim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano: AMOR
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

quarta-feira, 19 de maio de 2010

pra vc...





não sei como deixei tudo isso acontecer e te ouvir falar o q vc disse e te ver com lágrimas nos olhos me faz sofrer tanto. Me perdi e nao sei explicar como aconteceu, só sei te dizer o q ta acontecendo agora... to com medo, medo de ja ter te perdido pra sempre! Medo disso tudo passar e agente nao tentar de verdade, com todas as nossas forças, medo que tu se apaixone, medo que tu me esqueça, medo que eu fique assim sempre culpada, com remorsos, com um amor enorme dentro de mim q nao posso te dar...

não me rejeita assim, nao fica indiferente, não desliga o telefone! não se impõem nao me querer mais. Agente se ama, agente tem planos, agente pode ser melhor juntos, agente tem tanta coisa que nos pertence um no outro...

me dá só uma chance! nao to implorando, nao to querendo te atropelar, só tentando consertar meus inumeros erros e te mostrar o qto eu te amo.

Sei que vc vai dizer como disse ontem: " pq q tu fez isso qdo devia ter feito?" eu nao sei, nao posso culpar a morte por isso, mas perdi o rumo e como tu sempre diz... ta tdo errado...

Nao sei mais o que falar, nao sei mais o que fazer pra vc entender q vai ser tdu diferente e que vc nao precisa ter medo, agora eu só preciso que tu descubra o tamanho q eu represento pra ti, o quanto tu ainda me quer e o quanto tu consegue tentar... tentar uma vez só.

Não some, não me rejeita, nao me esquece, nao me tira da tua vida, mas acima de tudo nao se culpe por nada.... tu é ótimo, tu é um puta guri, um puta homem, vai ser um puta profissional, vai ser um puta pai, vai ser tdo de melhor.... e quem estiver do teu lado te acompanhando em tudo isso, vai ser uma puta sortuda e vai te dar todo o valor que tu merece e vai ser simplesmente grata a Deus por ter vc ao lado dela.

Vou entender se eu não for essa pessoa... vou entender, mas nao vou te esquecer!!

domingo, 16 de maio de 2010

Indiferença





O contrário do Amor


O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

sábado, 15 de maio de 2010

Estou tentando entender...


"Estou procurando, estou procurando.
Estou tentando entender.
Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi.
Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.
Não confio no que me aconteceu.
Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não saber como viver, vivi uma outra?
A isso quereria chamar desorganização, e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para a organização anterior.
A isso prefiro chamar desorganização pois não quero me confirmar no que vivi - na confirmação de mim eu perderia o mundo como eu o tinha, e sei que não tenho capacidade para outro". (Clarice Lispector)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

AUSENCIA...


HOJE UM POEMA DO DRUMMOND...
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.